Por: Meishu-Sama
Editoria: Ensinamento Diário
Quem já visitou o Museu de Belas-Artes de Hakone, sabe disso: nele, temos inúmeras peças que não se conseguem obter facilmente e não há quem não fique admirado. A respeito disso, vou contar como tudo ocorreu. Comecei a adquirir esses objetos de arte logo após o término da Segunda Guerra Mundial. Naquela época, o Japão passou por uma transformação até então nunca vista. Os nobres, os milionários, os descendentes dos senhores feudais, os grandes conglomerados econômicos, enfim, quase todos os que pertenciam à classe privilegiada, perderam esse status simultaneamente.
Pressionados repentinamente pela dificuldade financeira, eles se viram obrigados a desfazer-se das caligrafias, quadros, antiguidades, preservados zelosamente pelas famílias desde a época de seus ancestrais.
Por conseguinte, surgiram no mercado muitas peças raras de excelente qualidade e baratas. Fiquei com muita pena, pois essas pessoas, para conseguirem pagar os altíssimos impostos lançados sobre seus bens, sem outra saída, precisavam vendê-los de qualquer forma, mesmo contra a vontade e inconformadas. Assim sendo, eu comprava os objetos, levado por uma grande vontade de ajudá-las, de modo que, sem mesmo pedir desconto, obtive a maioria deles pagando o preço estipulado. Ao mesmo tempo, é óbvio que sempre me esquivei dos lucros exorbitantes dos antiquários gananciosos. Dessa forma, as peças foram, pouco a pouco, sendo reunidas. (...).
Especialistas no assunto que visitaram o Museu de Belas-Artes de Hakone, teceram elogios sinceros e não apenas para serem gentis: "Em todos os museus de belas-artes que visitei até hoje, é considerável o número de peças expostas de valor duvidoso, mas neste, todas são de excelente qualidade." O Sr. Alan Priest, curador do Setor de Belas-Artes Orientais do Museu Metropolitano de Nova York, que nos visitou recentemente, também enalteceu sobretudo esse aspecto.
Com o passar do tempo, o número de objetos foi-se avolumando, e minha capacidade de avaliação tornou-se cada vez mais aguçada. Comecei, então, a pensar que, em algum momento, precisaria construir um museu de belas-artes, e isso ocorreu há mais ou menos três anos. A partir daí, misteriosamente, superando as expectativas, começaram a chegar às minhas mãos as peças que vinham ao encontro desse objetivo, e assim passei a compreender claramente que, por fim, Deus começara a concentrar Sua força na construção do Museu de Belas-Artes. Os milagres relacionados a esse fato foram muitos (...).
(...). Obviamente, os espíritos dos autores das obras, que estão no Mundo Espiritual, assim como os espíritos das pessoas que as estimavam e os daquelas que tinham alguma relação com elas, desejando acumular muitos méritos e, seguindo a forma correta, se empenharam para que as peças viessem até mim. Agindo assim, eles são salvos por meio dos méritos, e sua posição espiritual se eleva. Não é preciso dizer que foi pelo mesmo motivo que conseguimos construir este esplêndido Museu de Belas-Artes em tão pouco tempo. Basta que façamos uma reflexão, pois até agora, para se construir um museu dessa envergadura, era necessário que pessoas abastadas se empenhassem por toda uma vida; no entanto, este foi concluído muito rapidamente. Assim sendo, qualquer pessoa poderá ver que não se trata de obra humana.
Meishu-Sama - Alicerce do Paraíso, vol. 5 (trechos)