Ensinamento Diário

NÃO FIQUE IRADO [continuação]

Por: Meishu-Sama
Editoria: Ensinamento Diário

  

(...). Gostaria de voltar ao assunto das dívidas, baseado na minha experiência: a causa da dívida é a precipitação, a qual acaba forçando a situação. Haja o que houver, jamais se deve fazer isso, pois esta é a pior escolha. Aquilo que é realizado, forçando-se a situação, poderá até mesmo resultar em um sucesso temporário. Contudo, em algum momento e infalivelmente, a pessoa acabará deparando-se com um inesperado obstáculo. Por essa razão, apesar de achar que a situação evoluiu rapidamente, terá que voltar ao ponto de partida e corrigi-la. (...).

Para começar, na ocasião em que a pessoa se precipita ou força a situação, sua mente perde a tranquilidade e, por isso, não surgem boas ideias. Nesse caso, ela não deve, de forma alguma, tentar fazer alguma coisa a todo custo. Só deve fazê-lo, depois de surgir uma boa ideia, isto é, após cuidadosa reflexão. Como dizem: "Pensar muito bem antes de agir e, quando agir, ser de forma decisiva."

Portanto, uma dívida poderá até ser contraída após minuciosa análise e em caso de certeza do seu pagamento e de sua absoluta necessidade. Assumindo a dívida, esta deve ser liquidada o quanto antes e jamais ser prorrogada. De fato, saldar a dívida é, quase sempre, muito difícil. Se a dívida se prolongar por muito tempo, os juros aumentarão, e o sofrimento psicológico torna-se grande, o que leva à perda da paz de espírito, prejudicando o fluxo das boas ideias e a inteligência. Por conseguinte, não há como ter êxito no trabalho.

Existem dívidas ativas e passivas. As ativas são para investir na expansão dos negócios e as passivas, para cobrir os prejuízos. Embora, muitas vezes, as ativas sejam inevitáveis, as passivas nunca devem ser contraídas. Se formos vítimas de prejuízos, devemos deixar de lado as falsas aparências e, reduzindo os gastos, esperar que surjam novas oportunidades.

Há, ainda, um ponto sobre o qual desejo chamar a atenção: evitar ser ganancioso. Como diz o provérbio: "Quem tudo quer, tudo perde." A causa de oito a nove entre dez perdas ou prejuízos está no excesso de ganância. Frequentemente, deparamo-nos com pessoas que nos propõem o pretenso "negócio-da-china", mas devemos saber que, no mundo, é praticamente impossível ocorrer situações tão oportunas. Por esse motivo, devemos nos acautelar com esse tipo de negócio. Geralmente, os empreendimentos que não se mostram muito atraentes em primeiro momento, são os que, ao contrário, oferecem melhores perspectivas a longo prazo. A respeito disso, vou apresentar minha experiência.

Em determinada época, desejando saldar as dívidas o quanto antes e obter ainda mais fundos para impulsionar a obra religiosa, não entrava dinheiro algum. Assim sendo, resignei-me e entreguei tudo nas mãos de Deus, deixando de pensar em dinheiro. Depois de proceder dessa forma, inesperadamente começaram a chegar às minhas mãos quantias além do esperado. Então, compreendi que as coisas do mundo não podem ser entendidas apenas com base na razão.

Meishu-Sama - Alicerce do Paraíso, vol. 4 (trechos)