Por: Meishu-Sama
Editoria: Ensinamento Diário
Frequentemente ouvimos dizer que fé é amor. Todavia, existem vários tipos de amor: o benévolo, o malévolo, o amplo, o limitado etc. (...). Em primeiro lugar, vejamos alguns exemplos de amor benévolo. Temos, naturalmente, o amor familiar, ou seja, entre cônjuges, pais e filhos, e irmãos. Há também o amor entre amigos, parentes, conhecidos e outros tipos de amor comum entre os seres humanos. Por mais que essas espécies de amor se intensifiquem, não há o que criticar.
Contudo, o problema é o amor malévolo. Não é necessário explicar que o amor malévolo é o oposto do benévolo e destrói a harmonia entre o casal, provoca o distanciamento entre pais, filhos e irmãos, e acarreta discórdia entre amigos e parentes. (...).
Acima, fiz uma classificação sumária entre amor benévolo e amor malévolo. Em se tratando de amor, o relacionamento amoroso é o que mais necessita ser comentado. (...). Naturalmente, o namoro sincero entre os jovens que objetivam o casamento, é o benévolo. Entretanto, há um tipo de relacionamento que tem ocorrido frequentemente na sociedade, levado pelo capricho e pelo impulso momentâneo, um amor intempestivo como uma febre: este é, naturalmente, um amor malévolo.
Em suma, devemos considerar amor malévolo aquele que não apresenta nenhum traço de Inteligência Superior. Se o amor atinge um grau extremo, invariavelmente gera situações trágicas. Isto porque, apesar de a pessoa já ter marido ou esposa, acaba dirigindo seu interesse amoroso para outro alvo, o que gera uma situação complicada. Há pessoas que, por se entregarem a um prazer temporário, acabam arruinando sua existência, havendo ainda aquelas que acabam perdendo a vida. Não há nada mais absurdo; por essa razão, digo-lhes para serem extremamente prudentes.
Comentei, acima, sobre o relacionamento amoroso benévolo e malévolo. Agora, o que mais gostaria de falar é sobre a amplitude do amor. O tipo de amor a que me referi anteriormente, isto é, o amor entre os familiares e pelas pessoas que nos rodeiam é amor shojo, ou seja, um tipo de amor egocêntrico e bastante comum entre as pessoas em geral. É inerente às pessoas tidas como bondosas, existindo inclusive naquelas que não seguem nenhuma religião. Nestes casos, não tenho nenhuma crítica a fazer. Em se tratando de verdadeiros praticantes da fé, porém, a situação se torna completamente diferente. O amor dos que têm fé é do tipo daijo, ou seja, altruísta. Este amor, ampliado ao máximo, é o amor à humanidade, é o amor de âmbito mundial. (...).
Partindo deste princípio, como o amor a uma etnia ou a uma classe não é verdadeiro, por mais que aqueles que o cultivam progridam por um tempo, seu fracasso é inevitável. Consequentemente, como já lhes disse, mesmo que as pessoas se esforcem com um objetivo limitado, afirmando pertencer a esta ou àquela ideologia, não há possibilidade de obter um grande sucesso. Assim sendo, tratando-se de ideologias, só o cosmopolitismo é verdadeiro. Nesse sentido, mesmo no caso da religião, se ela não for de caráter mundial, não se pode dizer que se trata de verdadeira salvação. É por esse motivo que a nossa Igreja teve seu nome completado com o termo "mundial".
Meishu-Sama - Alicerce do Paraíso, vol. 4 (trechos)