Por: Meishu-Sama
Editoria: Ensinamento Diário
Acredito que talvez não exista uma questão tão séria para o ser humano quanto a morte. Por essa razão, não haveria alegria maior, se fosse possível um esclarecimento real e não fantasioso a respeito da morte e da vida após a morte. A fim de esclarecer e conscientizar as pessoas em geral, desejo apresentar o resultado dos meus estudos sobre os fenômenos espirituais. [...]
Ao referir-me às questões espirituais, gostaria de deixar bem claro que, na medida do possível, irei me basear apenas na minha experiência. Agirei dessa forma para garantir a exatidão do que digo, pois a compreensão de questões relacionadas aos espíritos, por estes serem invisíveis, é difícil e, facilmente, pode-se cair em dogmatismos.
Conforme disse anteriormente, o espírito, ao se desprender do corpo que deixou de ser útil, retorna ao Mundo Espiritual e passa a viver como habitante daquele mundo. Descreverei, inicialmente, como se processa o instante da morte, observado do Mundo Espiritual.
Por ocasião da morte, ou seja, no momento em que o espírito se desprende do corpo físico, geralmente ele o faz pela testa, pela região umbilical ou pela ponta dos dedos do pé. Qual é o motivo dessa distinção? O espírito puro sai pela testa; o de pureza mediana, pela região umbilical, e o impuro, pela ponta dos dedos dos pés. Isso se deve ao Princípio da Correspondência. O espírito puro é aquele que praticou o bem enquanto vivia, somou virtudes e tornou-se purificado; o impuro acumulou muitos pecados e impurezas durante a vida, e o mediano situa-se entre os tipos mencionados.
O caso que se segue é descrito nas anotações de uma enfermeira que teve a visão espiritual do momento da morte de uma pessoa. Sua descrição é tão perfeita, que resolvi apresentar aqui como ilustração. Trata-se de um exemplo ocorrido no Ocidente, porém, tanto lá como no Japão, existem pessoas que conseguem ver espíritos. Não guardei os pormenores, mas como me lembro das partes mais importantes, vou tentar reproduzi-las. Certa vez, fitando um doente no momento da morte, notei que de sua testa subia algo branco, uma espécie de névoa que, espalhando-se lentamente pelo espaço, tornou-se uma massa disforme, semelhante a uma nuvem ou fumaça. Pouco a pouco, entretanto, começou a tomar a forma humana; minutos depois, apresentou-se exatamente com as mesmas características físicas da pessoa em vida. De pé, no espaço, olhava atentamente seu corpo inerte, junto do qual os familiares choravam. Parecia que desejava mostrar-lhes sua presença, mas talvez, por perceber que estava em dimensão diferente, desistiu.
Permanecendo ali por mais alguns instantes, voltou-se suavemente em direção à janela e foi-se embora. A descrição acima retrata muito bem o momento da morte. [...]
Meishu-Sama - Alicerce do Paraíso, vol. 3 (trechos)