Ensinamento Diário

EXISTEM DIVINDADES?

Por: Meishu-Sama
Editoria: Ensinamento Diário

  

Pude descobrir este magnífico método do Johrei, graças ao conhecimento que tive sobre a existência do espírito. Em outros termos, trata-se do princípio segundo o qual as doenças do corpo físico se curam por meio do tratamento do espírito.

Esse princípio deve ser considerado uma grande indicação da cultura do futuro. Realmente, ele representa uma grande revolução para a ciência e, se além do tratamento das doenças, nós o aplicarmos a todos os setores da vida, o bem-estar da humanidade aumentará incalculavelmente. E não é só isso. Posso prever que o aprofundamento da pesquisa desse princípio atingirá até a essência da própria religião.

Durante milênios, a controvérsia sobre a existência de Deus é uma velha questão que continua sem ser solucionada. E isso se justifica porque, partindo apenas da visão materialista, obviamente as pessoas nada podem compreender a respeito de Deus, que é espírito e assemelha-se ao Nada.

Contudo, pela ciência espiritual que estou propondo, é possível saber que Deus existe e, ao mesmo tempo, responder a questões como a vida após a morte, a reencarnação, a realidade do Mundo Espiritual, os fenômenos de encosto e incorporação e outras indagações relativas ao mundo desconhecido (que chamo também de segundo mundo).

Primeiramente, devo explicar como se processou a evolução de meu pensamento. Quando jovem, eu era extremamente materialista. Vou citar alguns exemplos.

Até mais ou menos os quarenta anos, eu nunca tinha orado a divindade alguma. Achava tolice e não via sentido venerar uma pedra, um espelho ou um papel escrito colocados no interior de oratórios xintoístas feitos por marceneiros com tábuas de cânfora e denominados omiya.

Nos templos budistas, também se adoram Kannon, Amida ou Buda Sakyamuni, desenhados em papel ou estátuas de madeira, pedra ou metal. Eu achava tudo isso sem sentido, pois costumava afirmar que Kannon e Amida só existiam na imaginação humana, não passando de idolatria.

Naquele tempo, havia lido a tese do famoso filósofo alemão Rudolf Eucken [...], segundo a qual o ser humano possui o instinto natural de adorar alguma coisa e, assim, criou e adora seus ídolos, caindo na autossatisfação.

Como prova disso, acrescenta ele, todas as oferendas depositadas nos altares estão voltadas para o lado do ser humano e não para Deus. Sentia-me perfeitamente identificado com essa tese.

Essa forma de pensar influenciou até minha visão sobre os países. Cheguei a considerar que a existência de templos era prejudicial ao progresso, porque nações como a Itália, que possui muitas igrejas, estavam em declínio, e aqueles que as tinham em pouco número, achavam-se em franco desenvolvimento, a exemplo dos Estados Unidos.

Nessa época, todos os meses, eu contribuía com uma determinada quantia para o Exército da Salvação e, por esse motivo, era visitado por um pastor que me sugeria o cristianismo. Ele me dizia: "As pessoas que contribuem para o Exército da Salvação geralmente são cristãs. Por que o senhor contribui, se não é cristão?"

Então, expliquei: "O Exército da Salvação trabalha para a recuperação de ex-presidiários, transformando-os em pessoas de bem. Se ele não existisse, talvez um desses ex-detentos já tivesse entrado em minha casa para me roubar. Portanto, se o Exército da Salvação está impedindo que isso ocorra, é natural que eu seja agradecido e colabore com suas obras."

Vivi muitas situações semelhantes a esta; porém, na época, apesar de querer fazer o bem, eu não acreditava em divindades. Sendo assim, poderão compreender quão forte era minha convicção de que jamais se devia acreditar naquilo que não se pode ver.

Nesse período, minhas atividades comerciais eram bem-sucedidas, e eu estava no auge da prosperidade. Entretanto, sofri uma grande perda devido a um mau funcionário. Além disso, o destino adverso marcado pelo falecimento de minha primeira esposa, pelos embargos judiciais sofridos em decorrência da falência e por outros infortúnios, arrastou-me para o fundo do abismo.

Como resultado, acabei recorrendo ao que todos procuram nessas ocasiões: à religião. Não tive outra saída a não ser ir em busca da salvação no xintoísmo e no budismo, como era de praxe; assim, tive conhecimento da dimensão espiritual como, por exemplo, a existência de Deus, do Mundo Espiritual, da vida após a morte etc. Refletindo sobre minha maneira de ser no passado, arrependi-me da própria tolice.

Após esse despertar, meu conceito sobre a vida deu uma guinada de cento e oitenta graus. Intuí que o ser humano é protegido por Deus e que se ele não reconhecer a existência do espírito, não passará de um ser vazio. Também entendi que, ao pregar a Moral, se não fizermos com que as pessoas reconheçam a existência do espírito, isso não terá nenhum valor.

Em razão disso, caros leitores, faço votos de que abram suas mentes para os esclarecimentos que darei sobre os fenômenos espirituais.

Meishu-Sama - Alicerce do Paraíso, vol. 1 [trechos]