Por: Meishu-Sama
Editoria: Ensinamento Diário
Em princípio, o que vem a ser a religião? Ela teve origem no amor de Deus, para conduzir as pessoas infelizes à felicidade. Ninguém ignora que muitos se esforçam, em vão, para serem afortunados. Raros são os que conseguem ser felizes, mesmo depois de uma vida inteira de lutas.
Longe de ser feliz, a maioria das pessoas vive uma sucessão de infelicidades. Mesmo que a teoria aprendida através da instrução escolar ou da leitura de biografias e livros sobre grandes personalidades seja fielmente posta em prática, são raros os casos bem-sucedidos.
A teoria bem embasada merece admiração, mas todos, por experiência própria, sabem que, na prática, as coisas não ocorrem de acordo com ela.
Por exemplo, quem segue fielmente o caminho da honestidade, é visto como ingênuo ou tolo; entretanto, se muda a forma de agir e faz coisas suspeitas, cai no descrédito ou até mesmo nas malhas da lei. Por fim, o indivíduo não sabe como proceder. Por esse motivo é que os espertos definem que o melhor é viver desonestamente simulando atitudes honestas.
Essa filosofia de vida se disseminou e, dentre seus adeptos, os melhores se tornam os bem-sucedidos, razão por que as pessoas tendem a seguir tais exemplos, e os males sociais não diminuem.
Pelo mundo ser assim é que se diz que os honestos saem perdendo. Portanto, quanto mais correto for o indivíduo, mais ele se arrisca a cair no conceito de ultrapassado e ser tachado de inflexível. Com frequência, observa-se que aqueles que pregam a justiça e a retidão, são rejeitados e fracassam na sociedade.
É enorme o meu esforço para empunhar a bandeira do senso de justiça e de retidão diante de semelhante mundo. As pessoas em geral veem essa atitude como tolice e devem me achar um indivíduo excêntrico, covarde e sem ambições, como qualquer outro religioso.
Por tudo isso, no passado, fui alvo de ações judiciais e, também, jornais e revistas escreveram sobre mim de forma sensacionalista. Este tratamento cruel que recebi, se deve ao fato de eu ter escrito destemidamente contra o mal, bem como à inveja suscitada por conta do nosso rápido crescimento.
Ultimamente, apesar de todas as pressões, em vista da constância e da força com que estamos expandindo, a sociedade nos tem visto com outros olhos. Acima de tudo, alegra-nos que a situação tenha se abrandado, facilitando nosso trabalho.
Isso se deve ao fato de termos Deus em nossa retaguarda, o que nos permite ultrapassar as adversidades com segurança. Ou seja, nossa religião possui uma grande proteção não encontrada nas demais.
Podemos compreender a respeito disso, observando a forma de atuação das religiões de até agora. Em linhas gerais, existem dois tipos.
O primeiro é aquele que, reivindicando justiça, segue destemidamente. A religião Hokekyo de Nichiren, é o melhor exemplo disso e, por essa razão, sofreu perseguições atrozes. Em consequência dessas adversidades, enquanto o fundador esteve à frente, não houve uma expansão expressiva. Só após algumas centenas de anos é que ela conseguiu alcançar seu atual prestígio.
O segundo, em contrapartida, temendo perseguições, busca caminhos seguros. Então, mesmo que consiga crescer, necessitará de um longo tempo; caso contrário, será extinta. É nesse ponto que se encontra a dificuldade.
Felizmente, com o advento da democracia, a liberdade religiosa foi estabelecida. Por esse motivo, diferentemente da situação anterior ao término da Segunda Guerra Mundial, agora, vivemos uma época abençoada e conseguimos livrar-nos de uma fatal perseguição religiosa. Assim sendo, tendo a retidão e a justiça como princípios norteadores, estou, passo a passo, eliminando o mal e avançando em direção ao bem. [...]
Meishu-Sama - Alicerce do Paraíso, vol. 1 [trechos]