Por: Meishu-Sama
Editoria: Ensinamento Diário
Frequentemente, encontramos adeptos que, movidos pelo ardor da fé, criticam o responsável e os diretores da Igreja à qual pertencem, dizem que seus procedimentos não são bons, sugerem reformas na instituição, entre outros comentários. Quando suas ideias não são aceitas, por vezes ficam muito aflitos e impacientes. Por essa razão, desejo expor sobre o assunto.
Uma vez que esse tipo de pensamento é motivado [pela sinceridade] pelo makoto desses fiéis, não diria que seja algo ruim, mas há um ponto que deve ser levado em consideração. Trata-se de um pensamento próprio da fé shojo [de caráter fundamentalista e restrito].
Como tenho dito sempre, nossa religião caracteriza-se pela fé daijo [de caráter liberal e abrangente] e, por esse motivo, seu pensamento difere bastante da visão comum. Enquanto não reconhecerem isso, significa que não estarão de acordo com a Vontade de Deus.
Na realidade, o fato de julgar se uma pessoa é boa ou má, já constitui vaidade, uma vez que somente Deus consegue distinguir o bem ou o mal do ser humano.
Já escrevi a respeito disso e aconselho que ajam com muita ponderação. Se a pessoa estiver errada ou for má, Deus tratará de julgá-la, sendo desnecessária qualquer preocupação. Por conseguinte, creio que o fato de o ser humano se preocupar e sofrer sem necessidade significa que ele não acredita na força de Deus.
Como prova do que digo, há vários casos de pessoas que, devido a um equívoco em sua fé, foram julgadas por Deus e algumas chegaram até mesmo a perder a vida. Os fiéis antigos já vivenciaram inúmeras experiências dessa natureza. Logo, antes de julgar o bem ou o mal do próximo, devem observar o bem e o mal existentes no próprio interior.
Sei perfeitamente que as pessoas que ingressam na nossa religião possuem [sinceridade] makoto e, portanto, não faz sentido que tenham um sentimento ruim.
Em relação ao makoto, existe o amplo e o restrito e, por essa razão, precisamos ficar atentos. Tenho dito sempre que o bem de shojo é o mal de daijo.
Mesmo em se tratando do bem, se o makoto estiver baseado no pensamento shojo, o resultado será negativo.
Nossa religião se propõe a realiza uma grandiosa obra de salvação da humanidade, inédita desde a criação do mundo. Por conseguinte, devemos confiar os assuntos internos da Igreja a Deus, tendo sempre em mente a sociedade, ou melhor, o mundo. Em suma, a visão deve estar voltada sempre para fora e não para dentro da religião.
Gostaria de dizer, ainda, que uma vez que o Plano Divino é extremamente profundo, obviamente não há como compreendê-lo por meio da visão e do intelecto humanos. Há o seguinte ensinamento da [religião] Oomoto: "No cerne de Deus, ainda há profundidade. Como há o profundo do profundo no Seu Plano, as pessoas não conseguem compreendê-lo. Quem pensa não compreender as coisas do Mundo Divino, é porque de fato as compreendeu."
Outro ensinamento adverte: "Seria possível reconstruir os três mil mundos por meio de um plano tão superficial, capaz de ser compreendido pelo ser humano?" Acho que essas são palavras realmente simples e que expressam bem tudo isso.
Por Meishu-Sama, em 12 de setembro de 1951
Alicerce do Paraíso, vol. 4