Por: Meishu-Sama
Editoria: Ensinamento Diário
Já explanei e escrevi inúmeras vezes sobre o espírito de izunome. Contudo, parece que poucas pessoas conseguem realmente cultivá-lo pelo fato de acharem difícil. Na verdade, não é tão difícil assim. Se compreenderem seu fundamento e fizerem dele um hábito, será fácil.
A ideia preconcebida de que é muito trabalhoso é que inviabiliza tal realização. Ao mesmo tempo, parece-me que não se dá a devida importância e, por isso, não posso deixar de escrever repetidas vezes sobre o assunto.
Em síntese, izunome tem o sentido de trilhar o caminho do meio, mantendo-se imparcial. Não ser apenas shojo [vertical, rigoroso] nem apenas daijo [horizontal, liberal], mas ser shojo e daijo, ou seja, não tender aos extremos, nem definir as coisas de maneira impensada.
Obviamente, aquilo que precisa ser definido não pode ficar sem definição, mas discernir isso é realmente complexo.
Tal como ocorre na culinária, a comida, para ser saborosa, não pode ser nem salgada, nem insossa. O mesmo pode-se dizer a respeito do clima. O mais agradável é o da primavera e do outono, que não é nem tão quente, nem tão frio.
Se o pensamento e a ação das pessoas se tornassem assim, equilibrados, elas passariam a ter a estima de todos e é evidente que tudo lhes correria bem. Entretanto, o homem da atualidade mostra acentuada tendência ao extremo.
Temos o melhor exemplo disso na política. Dizendo-se de direita ou de esquerda, os políticos têm proclamado princípios que, desde o início, são extremistas. Além disso, como seu pensamento é radical, e eles são intransigentes, vivem em conflito. E tudo isso torna-se extremamente prejudicial ao povo e à nação. Nesse sentido, é óbvio que a política deve atuar em estilo izunome.
No entanto, parece-nos que há pouca probabilidade de surgirem políticos ou partidos com essa consciência. Isso porque, na atual circunstância, realmente são raros aqueles que conseguem se identificar conosco.
A guerra também tem a mesma origem, ou seja, é o resultado de ambos os lados quererem impor seus pensamentos extremados. [...]
Por Meishu-Sama, em 25 de abril de 1952
Alicerce do Paraíso, vol. 3 [trechos]