Por: Meishu-Sama
Editoria: Ensinamento Diário
[...] Em todas as épocas, os jovens são tomados por um grande senso de justiça e também por uma considerável indignação contra o mal.
Ao concluírem sua vida escolar e ao se tornarem integrantes da sociedade adulta, enfrentam uma realidade tão inesperada que, à medida que somam experiências, seus pensamentos vão mudando.
Se, inexperientes, clamarem, indignados, contra a injustiça ou a favor do senso de justiça, por exemplo, poderão criar inesperados mal-entendidos, ser evitados pelas pessoas e suscitar a antipatia de seus superiores, o que lhes poderá dificultar o sucesso na carreira.
Assim, seu senso de justiça é posto em um canto do coração, e eles passam a agir, visando aos próprios interesses. A essa altura, são tidos como pessoas que conseguiram dominar a arte de viver.
Evidentemente, não posso dizer que tudo isso seja errado. Contudo, o aumento de pessoas dessa natureza torna as instituições sociais mais frouxas, e o alastramento da sensação de decadência da moral levará ao aumento de corruptos e criminosos. E a realidade da nossa sociedade não aponta para essa tendência?
Pela minha larga experiência, a maneira mais certeira de se determinar o valor do ser humano é conhecer o grau de intensidade de sua indignação ao mal.
Isto porque, quanto maior ojeriza ele tiver ao mal, mais firme e sólido será o seu caráter. Todavia, não me refiro à indignação simplista, pois esta, às vezes, poderá acarretar situações perigosas.
De fato, devido à sua impetuosidade, os jovens, às vezes, acabam causando transtornos e ameaçando o bem-estar social. Portanto, para a solução desta questão, torna-se necessária a Inteligência Superior.
Em suma, seria guardar a indignação no fundo do coração e, após uma minuciosa análise, sem agir com imprudência, realizar boas e justas ações, com honestidade e coragem, em prol das pessoas e da sociedade.
Sobre isso, gostaria de falar um pouco a meu respeito. Desde jovem, eu possuía um forte senso de justiça e como abominava, acima do nível da normalidade, as injustiças sociais, era penoso conter a indignação quando as presenciava ou ouvia falar sobre elas.
Apesar disso, este autocontrole é difícil, mas ao aceitá-lo como um aprimoramento, aquele se torna mais leve e é evidente que será um polimento da alma.
Até hoje, não houve qualquer mudança nesse ponto e reconheço que isto é uma provação que Deus me enviou. Assim sendo, o ideal seria que as pessoas sentissem indignação frente às injustiças.
Entretanto, torna-se necessário levar em consideração os meios que fazem manifestar essa indignação.
Em suma, devemos estar sempre atentos para manter um comportamento normal e não causar transtornos às pessoas. Devemos seguir avante, procurando manter-nos sempre sensatos e sem faltar com o amor e a amizade, tendo a Vontade de Deus como nossa vontade.
Por Meishu-Sama, em 25 de fevereiro de 1951
Alicerce do Paraíso, vol. 5