Por: Meishu-Sama
Editoria: Ensinamento Diário
A relação entre o pecado e a doença já veio sendo bastante divulgada no âmbito religioso. Essa relação é real, mas vou abordar o assunto sob o ponto de vista da Medicina Espiritualista.
Conforme me referi anteriormente, à medida que a pessoa acumula maus pensamentos e más ações, suas nuvens espirituais vão aumentando.
Quando estas atingem certo grau de densidade, tem início um processo natural de purificação a fim de eliminá-las. Sendo essa regra uma lei inviolável do Mundo Espiritual, evidentemente ninguém consegue escapar dela.
Essa purificação, na maioria das vezes, manifesta-se em forma de doença, mas há casos em que ela ocorre de outras maneiras, como as diversas calamidades e desastres naturais.
O acúmulo de sangue tóxico e pus são as manifestações físicas dessas nuvens espirituais. Entretanto, o que se origina dos pecados e impurezas, não oriundos da parte material, ou seja, as enfermidades de origem espiritual são difíceis de curar e exigem muito tempo. Doenças como a tuberculose, a osteomielite, o câncer etc., que apresentam
sintomas persistentes, na maioria contam-se entre esses casos.
Há dois meios para se redimir o pecado: passar por sofrimentos ou praticar o bem. Escolher o último parece ser o modo mais fácil. Como exemplo, vou contar um fato ocorrido na época em que eu estava pesquisando a Igreja Tenrikyo.
Um rapaz que sofria de tuberculose pulmonar e fora desenganado, ingressou na referida religião. Pensando na prática de uma boa ação, decidiu fazer a limpeza do escarro expectorado por outras pessoas pelas ruas da cidade.
Decorridos três anos, durante os quais fez isso todos os dias, o rapaz estava completamente curado; a doença tinha desaparecido sem deixar o menor vestígio.
A história que se segue é muito conhecida.
O Sr. Chogoro* Yamamoto, mais conhecido pela alcunha de Shimizuno-Jirocho**, encontrou-se, certo dia, com um ilustre monge budista que lhe disse: "Sua face está marcada pelo estigma da morte. Será difícil o senhor viver mais de um ano."
Jirocho, preparando-se para morrer, doou todos os seus bens a obras filantrópicas e passou a viver em um templo budista, aguardando a chegada da morte.
Passou-se um ano, dois anos, mas nada de extraordinário lhe sucedera, o que o deixou muito zangado. Coincidentemente, surgiu a oportunidade de encontrar-se com aquele monge e Jirocho pensou em repreendê-lo severamente.
Entretanto, quando se encontraram, foi o religioso quem falou primeiro, revertendo a situação: "Que coisa estranha... O estigma da morte que havia em sua face quando eu o encontrei naquele dia, desapareceu completamente.
Deve haver alguma razão profunda para isso, não?" Jirocho, surpreso, contou o que fizera, ao que o monge disse: "O ato de caridade que o senhor praticou transformou sua morte em vida."
Ampliando essa lógica, o sofrimento de praticamente todo o povo japonês devido à derrota na guerra nada mais é que o processo de purificação dos pecados decorrentes do longo período em que o Japão invadia outros países e explorava ou dizimava outras etnias.
Por Meishu-Sama, em 5 de fevereiro de 1947
Alicerce do Paraíso, vol. 4
*Pronuncia-se Tchogorô, o som do tch é como em tchau.
**Pronuncia-se Djirotchô.