Ensinamento do Mês

Elos espirituais - novembro 2018

Data: 02/11/2018
Por: Meishu-Sama
Editoria: Ensinamento do Mês

Até agora, a expressão "elos espirituais" tem sido pouco utilizada, talvez por ainda não se conhecer sua importância e também pelo fato de eles serem invisíveis e mais rarefeitos que o ar. Entretanto, não se deve menosprezar a influência que eles exercem tanto nas coisas como no ser humano. Os elos espirituais são a causa da felicidade e da infelicidade humana. Em sentido amplo, influenciam até mesmo a História. Portanto, é imprescindível que as pessoas conheçam seu significado.

Antes de mais nada, quero esclarecer que minha explicação sobre os elos espirituais é Ciência, Religião, e também, um conhecimento que existirá no futuro. O princípio da relatividade, os raios cósmicos e todas as questões referentes à sociedade e ao indivíduo: enfim, tudo se relaciona com os elos espirituais. Vejamos a relação existente entre eles e o ser humano.

Tomemos como exemplo o próprio leitor. Não se pode calcular quantos elos espirituais estão ligados a ele. Podem ser poucos, dezenas, centenas ou milhares. Há elos espirituais grossos e finos, compridos e curtos, corretos e incorretos, que constantemente exercem alguma influência e provocam mudanças no ser humano. Portanto, não é exagero dizer que o homem se mantém vivo graças aos elos espirituais. Entre estes, o mais grosso é o que existe entre um casal; a seguir, o que existe entre pais e filhos, entre irmãos, entre tios e sobrinhos, entre primos, amigos, conhecidos etc. tornando-se, nessa ordem, cada vez mais fino. Creio que as expressões "laços de afinidade" e "vínculos de afinidade", usadas desde a antiguidade, referem-se aos elos espirituais.

Os elos espirituais sempre se modificam, tornando-se grossos ou finos. Quando há harmonia entre o casal, ele é grosso e brilhante; quando os cônjuges estão em conflito, ele torna-se mais fino e perde o brilho. O mesmo se verifica entre pais e filhos, entre irmãos etc.[...]

O ser humano, após a morte, vai para o Mundo Espiritual, isto é, nasce naquele mundo. No budismo, isso é chamado de "ir para nascer". A partir da perspectiva do Mundo Espiritual, isso faz sentido. Ali se efetua a purificação das impurezas e dos pecados cometidos no Mundo Material, e os espíritos que atingiram certo grau de purificação voltam a nascer neste mundo, ou melhor, reencarnam. Todavia, há aqueles que foram maus em vida e, no momento da morte, devido às penalidades imputadas e a outros motivos, se arrependem e compreendem que não se deve praticar o mal de forma alguma. Ao reencarnarem, fazem o firme propósito de se tornarem virtuosos na próxima vida e se dedicam enormemente ao bem. Vemos, pois, por este princípio, que, embora alguém seja muito bom nesta vida, na encarnação anterior pode ter sido um grande perverso.

Existem, ainda, muitas pessoas que não acreditam na vida após a morte e, por isso, depois que morrem, não conseguem viver em paz no Mundo Espiritual. Pelo apego à vida, reencarnam antes de estarem suficientemente purificadas. Assim sendo, devido ao fato de lhes restarem impurezas e pecados de vidas passadas, ocorrem ações purificadoras nesta vida. Por tais ações serem sofrimentos, o fato de uma pessoa ser desafortunada apesar de ser boa desde que nasceu, é devido a isso.[...]


O ser humano está ligado por elos espirituais não só aos parentes e amigos vivos, mas também aos que se encontram no Mundo Espiritual. Existem, ainda, o elo espiritual que se liga às divindades do bem, e aquele que pertence às divindades do mal. Evidentemente, as divindades do bem estimulam a prática do bem e as do mal, a prática do mal. O ser humano é manejado constantemente pelo bem ou pelo mal.

O espírito que foi purificado até certo ponto no Mundo Espiritual, é escolhido como espírito protetor guardião, o qual protege a pessoa confiada à sua guarda, por meio do elo espiritual. [...]

A quantidade de elos espirituais varia de acordo com o grau de influência da pessoa. [...] Quanto maior a influência da pessoa, maior o número de seus elos espirituais. Sendo assim, o caráter de um líder deve ser nobre, pois, se sua alma estiver nublada, isso se refletirá sobre grande número de pessoas, atuando maleficamente sobre suas ideias. O primeiro-ministro de um país, por exemplo, deve ser uma pessoa de caráter ilibado e de muita sabedoria. Caso contrário, o pensamento dos cidadãos se degrada, a moral relaxa, o número de criminosos torna-se cada vez maior e a responsabilidade de tudo isso caberá aos governantes. Os educadores, em especial, cientes de que seu caráter se reflete sobre os alunos por meio dos elos espirituais, devem tornar-se pessoas dignas de exercerem com honradez essa profissão, procurando constantemente polir a alma.

Especialmente os religiosos, como o fundador de uma religião, seu presidente e seus sacerdotes, devem ter em mente que, por serem reverenciados como divindades por grande número de fiéis, sua alma possui um notável poder de influência sobre as pessoas. Se praticarem atos condenáveis, aproveitando-se de sua posição, tais atos se refletirão no conjunto dos fiéis, e a decadência dessa religião será inevitável. Casos como esses são do conhecimento de todos.

No entanto, os elos espirituais não se limitam aos seres humanos. As divindades também se ligam aos seres humanos por meio dos elos. [...]

Mesmo entre as divindades, há as do bem e as do mal. Uma vez que os elos espirituais das divindades do bem são de luz, ao reverenciá-las e orar constantemente a elas, o ser humano tem sua alma purificada. Já dos espíritos malignos, ao invés de luz, a pessoa recebe influências maléficas, que corrompem suas ideias, e ela acaba tornando-se infeliz. Portanto, ao professar uma fé, é essencial discernir se a divindade dessa fé é ou não benigna. Mesmo entre as divindades do bem, a intensidade da luz varia de acordo com a hierarquia divina. Quanto mais elevada ela for, maior será o número de milagres entre os fiéis, pois a luz dos seus elos espirituais é muito mais forte.[...]

Por Meishu-Sama em 5 de Setembro de 1948
Extraído do Livro Alicerce do Paraíso Volume 2 - Página 129 - trechos

fonte: https://revistaizunome.messianica.org.br/item?id=145