Data: 02/08/2020
Por: Meishu-Sama
Editoria: Ensinamento do Mês
[...] tecerei considerações sobre a relação entre a doença do ser humano e o mundo inorgânico, que chamamos de Mundo Espiritual.
O ser humano é constituído pela união e integração entre o corpo e o espírito. O corpo é uma matéria visível e, por essa razão, todos podem distingui-lo. O espírito é invisível, mas existe, sendo uma espécie de elemento etéreo. Assim como o corpo é uma existência do Mundo Atmosférico, o espírito é uma existência do Mundo Espiritual.
Este mundo, conforme expliquei, é transparente, mais rarefeito que o ar e semelhante ao Nada. Muito pelo contrário, longe de ser o Nada, ele é a fonte geradora da força infinita e absoluta, que, por ora, chamaremos de força cósmica. É um mundo misterioso e inimaginável, cuja essência é formada pela fusão das essências do Sol, da Lua e da Terra.
Tudo o que existe no Universo é criado e desenvolvido pela força cósmica e, ao mesmo tempo, juntam-se impurezas que são submetidas à purificação. É como o acúmulo de sujeira no corpo humano, que necessita de banho. Portanto, quando se aglomeram impurezas no Mundo Espiritual da Terra, elas se concentram num determinado ponto e aí surge a ação purificadora da tempestade, que efetua a limpeza. Os incêndios causados por raios e pelo homem têm a mesma função. O mesmo se verifica com o ser humano: se há acúmulo de impurezas, surge a ação purificadora, que é desencadeada a partir do espírito.
As impurezas, ou seja, as nuvens espirituais, são opacidades que surgem no espírito, que é um corpo transparente. Existem dois tipos de nuvens espirituais: 1) aquelas que surgem no próprio espírito e 2) aquelas projetadas a partir do corpo físico. Vejamos a primeira.
O cerne do espírito humano é constituído de três camadas concêntricas. Explicando a partir do centro, seu núcleo é a alma, que se assenta no ventre da mulher através do homem no momento da concepção. Por sua vez, a alma está envolta pela consciência e esta, pelo espírito. O estado da alma se reflete no espírito por meio da consciência, e o estado do espírito se reflete igualmente na alma por intermédio da consciência.
Desse modo, a alma, a consciência e o espírito estão inter-relacionados, constituindo uma trindade. Evidentemente, todas as pessoas fazem tanto o bem como o mal durante a vida. Se a prática do mal for maior que a do bem, o saldo entre elas constituirá o pecado, que se reflete na alma e se transforma em nuvem espiritual. Por esse motivo, na sequência, formam-se nuvens na consciência e, depois, no espírito. Então, com o surgimento da ação purificadora, ocorre a eliminação dessas nuvens. Durante o processo, o volume delas se comprime; com isso, elas se tornam mais densas, concentrando-se em alguma parte do corpo. [...]
Passemos, agora, ao segundo tipo de nuvens, isto é, as que se projetam do corpo para o espírito. Neste caso, primeiramente o sangue se turva e, como consequência, surgem nuvens no espírito. Originariamente, o sangue do corpo humano é a materialização do espírito; ao contrário, o espírito é a espiritualização do sangue.
Em outras palavras, espírito e matéria estão integrados. Assim, quando as nuvens se condensam e se refletem no corpo, transformam-se em sangue turvo e, ao ficarem ainda mais densas, transformam-se em nódulos. Estes, depois de dissolvidos e liquefeitos, são eliminados por diversos pontos do corpo.
A dor e o sofrimento decorrentes desse processo constituem aquilo a que se dá o nome de doença. Assim, o que se projeta a partir do corpo físico é o sangue turvo. Então, por que surge o sangue turvo? A causa é bastante surpreendente: são os medicamentos, [os fármacos]. [...]
Se o sangue turvo existente no corpo se reflete no espírito em forma de nuvens espirituais e estas se tornam a causa das doenças, o próprio método de curar as doenças acaba se tornando o meio de criá-las. Não se conseguirá a erradicação completa das doenças se, primeiramente, não forem removidas as nuvens do espírito, uma vez que a lei universal estabelece que o Espírito Precede a Matéria. [...]
Pelo exposto acima, acredito que compreenderam a relação entre espírito e matéria.
Por Meishu-Sama, em 15 de agosto de 1951
Extraído do livro Alicerce do Paraíso, vol. 1 - pag. 129 a 132 (trechos)
fonte: https://revistaizunome.messianica.org.br/item?id=1554