Data: 06/09/2020
Por: Igreja Messiânica Mundial do Brasil
Editoria: Experiência de Fé do Mês
Experiência de Fé
Sr. Elias Antonio Silveira Muradi - Igreja Vila Mariana
Meu nome é Elias Muradi, tornei-me membro da Igreja Messiânica aos 19 anos, em 1982.
Na ocasião, minha família fora encaminhada pelo meu tio materno, e todos se tornaram membros.
Sou membro da Igreja Vila Mariana e, atualmente, dedico no Setor de Cultura e Arte da Fundação Mokiti Okada, em São Paulo.
Minha ligação com a arte começou desde criança, quando acompanhava minha mãe no desenho e na pintura. Eu também gostava de desenhar, e na adolescência sob sua orientação, fiz as primeiras pinturas.
Logo após receber o Ohikari, tive contato com a Fundação Mokiti Okada, onde fiz muitos cursos relacionados ao processo criativo, à estética, à cultura japonesa.
Eu nunca tinha feito curso antes e sentia uma atmosfera muito diferente. Havia ali um contexto para além da matéria, que ainda não sabia entender muito bem o que era. Com isso, tive a certeza de que este era o caminho que deveria seguir.
Aos 23 anos, comecei a trabalhar na área artística.
Passei a produzir de maneira mais constante e a dar aulas. No mesmo período, tomei a decisão de fazer faculdade de Belas-Artes.
No início do curso, já participava de alguns salões e eventos de arte e obtinha alguns resultados e conquistas materiais.
Achava que isso se devia à minha capacidade pessoal. Sem perceber, fui-me distanciando daquilo que eu aprendi nos Ensinamentos de Meishu-Sama: que o espírito precede a matéria.
O mercado de arte é muito competitivo, e fui sentindo dificuldade em continuar nessa área. Senti que minha força foi acabando, pois eu estava indo contra minha natureza.
Como consequência, em 2005, fiz minha última exposição e parei a produção por completo. Continuei apenas dando aulas, pois não via mais sentido em produzir os trabalhos.
Nesse momento, senti a necessidade de me reconectar com o Johrei. Procurei a igreja novamente e voltei a dedicar.
Isso me trouxe tranquilidade; aos poucos, fui reordenando minha vida e retornando à minha verdadeira natureza.
Alguns amigos me visitaram e me convidaram a voltar a dedicar no Setor de Cultura e Arte da Fundação Mokiti Okada. Fiquei muito feliz com o retorno e senti que isso me levou de volta ao sentimento inicial, que eu havia perdido.
Quando voltei para a Igreja Messiânica, a partir do Johrei, consegui reconectar-me a Meishu-Sama.
Nesse período, o setor se preparava para uma peregrinação aos Solos Sagrados do Japão.
Apesar da purificação financeira que atravessava, tive a permissão de participar da caravana em 2008 e de outra, em 2017.
Na primeira, eu enxergava tudo de maneira superficial e não dava a oportunidade para que minha percepção captasse a essência das coisas.
Na segunda, houve uma mudança muito grande: a percepção estava diferente. Foi possível apreender o que Meishu-Sama conseguiu fazer, transferindo o Divino do invisível para o visível. Ele criou os Protótipos do Paraíso a partir do invisível, levando-os para o plano visível.
Todo artista transita entre o invisível e o visível, mas Meishu-Sama fez isso em um nível muito alto, em um nível de perfeição.
Eu consegui captar o amor de Meishu-Sama pela humanidade e o desejo de salvar as pessoas em suas obras.
Quando eu observava as paisagens dos Solos Sagrados, constatava bem mais do que a própria paisagem. Via os espaços e os vazios, mas tudo com origem no que Meishu-Sama pensou, sentiu, expressou e materializou.
Quando retornei, minha forma de pensar e conceber o trabalho se modificou.
Antes, o que eu pensava ser criação de minha autoria, compreendi que não era e que sou um instrumento de Deus. Se é Deus que rege todas as coisas da natureza, por que eu estaria distante disso?
A partir de então, ocorreu uma transformação na forma de me posicionar, de colocar meu espírito.
"Uma vez que o artista é um integrante da sociedade, ele deve conscientizar-se de sua missão e exercê-la plenamente, pois essa é a verdadeira arte e, também, a principal função do artista"
Meishu-Sama
Mais importante do que a obra que farei, é saber onde está o meu espírito. Meishu-Sama diz que o espírito muda de posição constantemente. Então, para mim, é muito mais importante estar consciente de onde meu espírito está do que o trabalho que vou executar.
Hoje, quando eu realizo uma obra, busco essa conexão. Inicio com esta ordem: primeiro a consciência do meu espírito; depois, a construção do trabalho.
A obra é um reflexo do meu espírito.
Esta consciência é o principal ponto de mudança em minha vida. Por esse motivo, busco colocar meu coração em ressonância com o coração, com o amor e com o calor do espírito de Meishu-Sama.
Acredito que, com isso, as pessoas que tiverem contato com o que produzo, poderão ter seu coração tocado pelo amor de Meishu-Sama, que é o amor universal, o amor pela humanidade.
"Deleitando-se com a Arte, o homem purifica seu corpo e sua alma. É realmente uma dádiva Divina"
Meishu-Sama
Meishu-Sama era a expressão da arte no nível Divino. Não só na caligrafia, na construção dos jardins dos Solos Sagrados, na poesia, na arquitetura; mas essa beleza era traduzida também no lidar com as pessoas, na forma como se vestia, como conduzia seu dia a dia. Tudo o que Meishu-Sama fez foi abundantemente belo.
Assim, acho que o Belo também pode propiciar a salvação tão almejada.
"Acredito que a missão da arte é melhorar os sentimentos humanos e enriquecer a vida, dando alegria e sentido a ela. Aqueles que cultivam o gosto pelas artes e literatura sentem um prazer indescritível as apreciarem obras artísticas."
Meishu-Sama
Desejo que a arte possa estar presente na vida de todos e espero que todos possam estar cada vez mais próximos da arte.
Muito obrigado.
fonte: https://revistaizunome.messianica.org.br/item?id=1687