Experiência de Fé do Mês

Experiência de Fé - Culto Mensal de Agradecimento - fevereiro de 2021

Data: 07/02/2021
Por: Igreja Messiânica Mundial do Brasil
Editoria: Experiência de Fé do Mês

Experiência de Fé - Culto Mensal de Agradecimento - 07/02/2021 - Solo Sagrado de Guarapiranga - Sra. Daniele Ribeiro Santos - Igreja Santos

Bom-dia a todos!

Tenho 32 anos e tive a permissão de ter nascido em berço messiânico. Meus pais receberam o Ohikari (Medalha da Luz Divina) em 1983 e eu, em 1999.

Sou casada e meu marido também é messiânico.

Gostaria de compartilhar uma intensa experiência que vivenciei no ano passado, com a purificação de Covid-19 de minha mãe, que me propiciou uma série de reflexões e mudanças de sentimentos, pensamentos e atitudes.

Sou graduada em Terapia Ocupacional. Trabalho como servidora pública municipal na área de saúde mental, em um projeto ligado à assistência social e realizo atendimento domiciliar.

Com o anúncio da pandemia do novo coronavírus, em março de 2020, comecei a trabalhar em escala de revezamento e a realizar os atendimentos on-line.

Deste modo, passei a ficar a maior parte do tempo em casa. Saía o mínimo possível e conversava com meus pais apenas por chamada de vídeo.

Com a ênfase dada pelos noticiários à pandemia, eu observava um clima de intranquilidade geral.

As pessoas enchiam os carrinhos exageradamente no supermercado; da janela do meu apartamento, eu avistava as ruas desertas, e a atmosfera de medo pairava no ar.

Esse cenário me deixava muito assustada. Eu me perguntava: será que isso é real? Parece coisa de filme! O que eu tenho que aprender com essa pandemia?

No final de abril, minha mãe, de 54 anos, começou a manifestar os sintomas da Covid-19.

Apresentou perda de olfato e de paladar, dores no corpo e de cabeça, e tosse. Foi ao pronto-socorro acompanhada de meu pai, e a orientação médica foi que ficasse em casa, não tendo sido receitada nenhuma medicação.

Uma vez que os sintomas não cessavam, alguns dias depois, levei-a ao pronto-socorro novamente.

Dessa vez, o médico solicitou uma tomografia do pulmão. As imagens acusaram 50% de acometimento pulmonar bilateral, sugestivo de infecção por coronavírus. Foram prescritos antibióticos e retornamos a casa.

No dia seguinte, ela permaneceu desconfortável. Sentia cansaço, febre e muita tosse. Não conseguia alimentar-se e tinha um intenso mal-estar.

Não queria voltar ao hospital, mas já não havia condições de permanecer em casa. Assim, no dia 29 de abril, ela foi internada.

Como estava na Ala Covid, não era permitido receber visitas, o que deixava a mim, meu pai e meu irmão muito apreensivos e angustiados.

Comuniquei ao ministro responsável, que nos acolheu e orientou a respeito do sentimento de entrega a Deus e da eliminação das nuvens e impurezas espirituais por meio do servir.

Fomos ao Altar e fizemos oração, em que relatamos a situação a Meishu-Sama e pedimos proteção divina.

A angústia de não poder estar perto de minha mãe era grande, mas conseguimos deixá-la com o celular, o que nos permitia ter alguma comunicação.

Soubemos que ela passou o primeiro dia estável. No entanto, na noite seguinte, tossiu muito, precisando de mais oxigênio e da avaliação do médico plantonista.

Meu coração estava apertado, e eu me agarrava aos Escritos Divinos.

Li inúmeras vezes o Ensinamento “Compreenda a Vontade Divina”, especialmente, o trecho que diz: “(...) os bons acontecimentos são, sem dúvida, positivos, mas os maus, por serem ações purificadoras, também o são, pois ao seu término, certamente tudo irá melhorar. Em outras palavras, não importa a situação: tudo é positivo. (...).”

Assim sendo, esforçava-me para encarar a purificação como um processo necessário à nossa elevação espiritual, aprimoramento, lapidação interior e limpeza de sentimentos.

Tentei libertar-me do sentimento de culpa, pois me dei conta do quanto minha mãe sempre fora muito meiga, prestativa, carinhosa, e estava sempre pronta para servir. Enquanto nós, muitas vezes, desatentos e impacientes, não dávamos a devida atenção a ela.

Senti tanta vontade de dizer que a amava e pedir perdão por não ter sido uma filha tão afetuosa quanto poderia!

No dia 1º de maio, o quadro de minha mãe se agravou, e ela foi transferida para a UTI, sendo necessária a entubação.

Fiquei em estado de choque e, aos prantos, clamei a Meishu-Sama que a protegesse.

Liguei para o ministro e marcamos de nos encontrar no Johrei Center no dia seguinte, quando fui acompanhada de meu pai e meu irmão.

A partir de então, mergulhamos em um grande aprimoramento. Intensificamos as práticas da fé messiânica: ministração de Johrei, leitura dos Ensinamentos. Assistíamos aos cultos matinais pela Izunome.tv e materializávamos nossa gratidão diária.

Embora a igreja permanecesse fechada ao público, o ministro consentiu que fôssemos até lá diariamente assistir ao culto vesperal para ganharmos força.

Entendendo que se a purificação é grande, a entrega precisa ser proporcional, dedicava com todas as minhas forças.

Cuidei dos cultos e sufrágios aos antepassados e fazia mitamamigaki (dedicação de limpeza como polimento do corpo e da alma), tanto na igreja como na casa de meus pais.

Realizei também um donativo especial, agradecendo a purificação e a força e equilíbrio que Deus nos proporcionava.

Recebíamos o boletim médico por telefone uma vez por dia. O quadro era muito grave.

Além do acometimento pulmonar, os rins ficaram seriamente comprometidos, ela passava dias sem urinar e chegou a necessitar de hemodiálise.

A pressão arterial também ficou descompensada.

A cada boletim, as notícias eram das mais difíceis e ficava mais clara a necessidade de nos agarrar aos Ensinamentos e às práticas messiânicas para conseguir suportar tamanha aflição.

O PCR - marcador de taxa inflamatória - ultrapassava a marca dos 400 (sendo o valor normal abaixo de 6), e os pulmões chegaram a mais de 80% de acometimento.

Minha cabeça era uma tempestade de pensamentos. Eu tinha consciência de que, se minha mãe ainda tivesse missão a cumprir no Plano Material e seu corpo físico possuísse a mínima chance de se restabelecer, Deus e Meishu-Sama dariam a ela a permissão de continuar conosco. Caso contrário, ela partiria para dar início a uma nova jornada no Mundo Espiritual.

Recordo-me que, em uma das vezes em que estávamos no Johrei Center, encontramos o reverendo responsável pela região.

Ele olhou bem no fundo dos meus olhos, apertou fortemente minha mão direita e disse: “Nós vamos vencer na fé, nós vamos vencer na fé”.

Passei a usar esse lema para me encorajar ainda mais a seguir em frente.

A cada boletim médico, seja qual fosse a notícia, agradecia, pois significava mais um dia de vida de minha mãe.

Foram trinta e seis dias na UTI Covid, até que seu quadro se estabilizasse um pouco e ela pudesse ser transferida para a UTI geral, onde a visita era permitida.

A partir daí já era possível que ela recebesse Johrei.

Eu a visitava diariamente e ministrava Johrei por, no mínimo, uma hora. Meu pai também lhe transmitia a Luz Divina o tempo todo durante suas visitas.

Empreendi o esforço máximo para ser útil e treinar o desapego.

Muitas vezes eu me perguntava: como mensurar o esforço máximo? A purificação é tão intensa que, às vezes, parece que o máximo não é suficiente e precisamos quebrar nossos limites.

Levava comigo uma lista com nomes de pessoas que estavam purificando e orava diariamente perante o Altar; também me empenhei em convidar pessoas para as caravanas virtuais aos cultos no Solo Sagrado.

Os dias foram passando, e eu me mantinha firme no lema: “Vamos vencer na fé! Cada dia é uma vitória!”

Assim sendo, após setenta dias de UTI, ela recebeu alta para o quarto e foi uma grande alegria, pois além de indicar a melhora do quadro de saúde, era permitido acompanhante.

Nesse período, consegui uma licença e me afastei do trabalho por trinta dias.

Com isso, pude estar ao lado de minha mãe praticamente em tempo integral. Ministrava-lhe Johrei durante horas a fio. Fazia apenas alguns intervalos para os procedimentos médicos.

Seu quadro foi evoluindo gradativamente e, após vinte e dois dias, ela recebeu alta. Foram noventa e dois dias de internação. Mais de três meses de grande aprimoramento, aprendizados, reflexões, mudança de sentimento, construção da fé, entrega a Deus e exercício da gratidão.

Eu pensava muito que a partida deste mundo é a única certeza que temos, e o quanto é necessário refletir sobre isso sem precisar estar gravemente doente.

Pude constatar que a morte tem o dom de ressignificar a vida com uma rapidez e profundidade incríveis e que, apesar de ser o destino natural de todos nós, não nos preparamos para ela.

Estar frente a frente com a finitude possibilitou-me estar mais preparada para a vida e a aprender a valorizar o que realmente importa: manifestar nosso amor à família, alimentar o sentimento de gratidão pelas pequenas coisas e servir ao bem-estar do próximo.

Sei que a pandemia causou e tem causado muitas perdas de entes queridos e, consequentemente, tristeza e dor.

Entretanto, quando temos fé e seguimos um caminho espiritual, somos capazes de ampliar o entendimento de que o elo espiritual não se desfaz com a partida, pois não deixamos de amar as pessoas pelo fato de não estarem fisicamente presentes. Elas permanecem vivas e eternizadas dentro de nós.

Hoje minha mãe está completamente recuperada, sem nenhuma sequela respiratória, motora ou cognitiva.

Sua função renal se restabeleceu por completo, a pressão se estabilizou e as taxas de hemoglobina nunca estiveram tão boas. Ganhou nova vida de Meishu-Sama!

Gostaria de agradecer a cada profissional de saúde que cuidou da minha mãe com toda atenção e cuidado, bem como àqueles que, por meio de suas orações, geraram uma grande corrente de luz que muito nos fortaleceu para ultrapassar essa purificação.

Não posso deixar de ressaltar o amor e companheirismo do meu esposo que, por diversos momentos, carinhosamente, acolhia minhas lágrimas e me confortava.

Registro, ao mesmo tempo, minha gratidão a três primas messiânicas, que são como filhas para minha mãe e estiveram integralmente ao nosso lado.

E, principalmente, agradeço a Deus e a Meishu-Sama a grande proteção concedida à minha família e a permissão de seguir a fé messiânica, cujos Ensinamentos me inspiram a me tornar uma pessoa melhor a cada dia.

Muito obrigada.

fonte: https://revistaizunome.messianica.org.br/item?id=2030