Edição 128 - Outubro/2018

A linhagem familiar influencia constantemente o destino do homem

Data: 07/10/2018
Por: Divisão de Expansão
Editoria: Edição 128 - Outubro/2018

A ciência já comprovou que, por meio do código genético, herdamos milhares de características físicas de nossos ancestrais, que influenciam nossa saúde, aparência e personalidade.

Os ensinamentos de Meishu-Sama nos ensinam que somos o resultado da soma de milhares de gerações e que, além das características físicas, carregamos uma herança espiritual, que, da mesma forma, intervém diretamente em nosso destino.

"Nós, que vivemos atualmente, não somos seres surgidos do nada, sem relação com nada. Na verdade, representamos a síntese de centenas ou milhares de antepassados e existimos na extremidade desse elo. Somos, portanto, seres intermediários de uma sequência infinita, formando uma existência individualizada no tempo. Em sentido amplo, somos um elo da corrente que une os antepassados com as gerações futuras; em sentido restrito, somos uma peça como a cunha, destinada a firmar a ligação entre nossos pais e nossos filhos (...)." - Meishu-Sama, A causa das doenças e o pecado

Dessa forma, nossa relação com os antepassados assume um caráter de reciprocidade. Ou seja, assim como somos influenciados por eles em diversos aspectos da vida, nossas atitudes no cotidiano também produzem efeito direto sobre sua condição no mundo espiritual.

Sendo assim, nossas alegrias se tornam a alegria dos antepassados e nossas tristezas, sua infelicidade.

"Quando a família do falecido lhe presta homenagens póstumas e ofícios religiosos, ou quando seus descendentes praticam o amor ao próximo e trabalham em benefício da sociedade e da nação, somando o bem e a virtude, isso ajuda a acelerar a purificação dos espíritos dos antepassados. Por esse motivo, o amor e a devoção filial devem ser praticados não só quando os pais ainda estão neste mundo, mas muito mais através de ofícios religiosos e do altruísmo, quando eles já se encontram no Mundo Espiritual." - Meishu-Sama, A Reencarnação

Uma pessoa contou a seguinte história:

"Certo dia, estava fazendo a barba pela manhã e, ao me olhar no espelho, era como se eu não tivesse me visto, e sim, a imagem de meu pai refletida.
Nesse momento comecei a perceber as semelhanças na nossa fisionomia. De repente, me deu uma saudade dele e uma alegria que não sei explicar e pensei: "Nossa, parece que meu pai está vivo e estou olhando para ele". Aquilo me chamou muito a atenção. Comecei a lembrar-me de meu pai e a sentir gratidão. Comecei, também, a refletir sobre nossa relação e a perceber muitas características que criticava em meu pai e que eu também tenho. Apresento tanto coisas boas dele, quanto posturas que eu criticava e julgava como negativas. Assim, comecei a perceber que nossa semelhança vai muito além da aparência física.
Pensei: "Se estamos ligados tão íntima e diretamente, a forma de eu fazê-lo mais feliz é: tudo aquilo que julgava negativo nele, tentar agir de maneira diferente. Pequenas atitudes no dia a dia que é possível melhorar, aprimorar, dar um passo à frente. Percebi que, quando eu mudo, não dou esse passo à frente sozinho, mas trazendo meu pai, meu avô, meu bisavô e mais um número incontável de antepassados."


É comum em nossa família ouvir alguém dizer: "Você está falando igual à sua mãe" ou "Você é cabeça-dura igual a seu avô". Muitas vezes apresentamos características de familiares que nem sequer chegamos a conhecer em vida. Essas são ocorrências comuns do cotidiano que comprovam que os antepassados então vivos dentro de nós.

Da mesma forma, devemos atentar igualmente para a maneira como nos portamos em relação aos nossos pensamentos, sentimentos e ações.

Muitas vezes, envolvidos pela correria e demandas do cotidiano, acabamos nos aborrecendo e nos estressando, e achamos que isso é natural. Na verdade, damos pouco valor ao dia a dia e esquecemos o quanto é importante procurar viver mais felizes. Esse cotidiano tem relação com os antepassados e, dependendo de nossa conduta, pode ser de maior ou menor felicidade.

Notamos, portanto, que o culto aos antepassados é de extrema importância, pois é o momento em que podemos lhes manifestar nosso sentimento de gratidão, o que, com certeza, os alegra muito.

Devemos fazer a seguinte reflexão: "Como sou a síntese de meus antepassados, as posturas que venho adotando estão contribuindo para a transformação e elevação do seu nível de consciência e espiritualidade, ou será que venho apenas repetindo de forma automática esses padrões de comportamento que se perpetuam geração após geração"

A partir desse princípio, notamos que o verdadeiro culto aos antepassados é a forma como vivemos o dia a dia. O que sentimos é o que eles sentem. Portanto, devemos procurar preencher nossos dias com alegria e proporcionar alegria a outras pessoas.

Cuidar e preocupar-se verdadeiramente com a felicidade e bem-estar dos familiares e de nossos semelhantes, são práticas que alegram os antepassados.

Sobre este ponto, devemos nos espelhar no exemplo de Meishu-Sama:

"(...). Atualmente, creio que não existe uma pessoa tão feliz quanto eu.(...). Qual será a causa da minha felicidade?"
(...). Desde jovem gosto de dar alegria ao próximo, a ponto de isso se tornar quase um hobby para mim. Sempre estou pensando no que devo fazer para tornar as pessoas felizes. Por exemplo, quando acordo pela manhã, minha primeira preocupação é saber o estado de ânimo dos meus familiares. Se houver uma só pessoa mal-humorada, já não me sinto bem.
(...). Sou sempre pacífico, feliz e abomino o apego. Esta é a minha natureza. O resultado do que acabo de expor é um dos fatores determinantes da minha felicidade." - Meishu-Sama, Minha Natureza


Na época da construção dos Solos Sagrados do Japão, quando o país atravessava uma grave crise devido à guerra, vendo os fiéis tristes e desanimados, Meishu-Sama ensinava que, mesmo em momentos de grandes dificuldades, sorrir é permitido e é o primeiro passo para nos tornarmos verdadeiramente felizes.

Com esse sentimento, Meishu-Sama escreveu a caligrafia "Warau", que significa "sorriso", além de vários poemas que evidenciam a importância que ele conferia ao ato de sorrir.

"O riso torna as pessoas saudáveis, faz com que os casais se juntem, cria a família feliz, estabelece a paz mundial e traz alegria à humanidade."
"No mundo espiritual as risadas ocorrem diante das mesmas condições circunstâncias que ocorrem no mundo material. O paraíso sempre está cheio de sons espirituosos de risadas. Os seres Divinos também dão risadas."


Por intermédio desses exemplos, aprendemos que, mesmo que estejamos atravessando situações difíceis e purificações, não podemos nos esquecer de sorrir, pois o riso é a expressão mais genuína do espírito paradisíaco, gera luz e é capaz de transformar a tristeza em alegria.

Dessa forma, vamos conduzir nossos antepassados a este estado de espírito paradisíaco, buscando viver de forma alegre, sorrindo e provocando muitos sorrisos nas pessoas com nosso amor e práticas altruístas.