Data: 06/07/2021
Por: Sueli Osório
Editoria: Notícias
A Fundação Mokiti Okada inaugurou no dia 29 de junho a exposição "Paisagem/Passagem" em comemoração aos 50 anos da instituição.
Com curadoria de Jurandy Valença, a mostra estará aberta ao público até 30 de setembro.
Com visita presencial agendada, a mostra também oferece duas modalidades de visita virtual, sendo uma que apresenta as obras, e outra em que o curador explica sobre cada uma.
A exposição tem como objetivo proporcionar ao público a contemplação de um rico acervo proveniente de um dos mais importantes salões de arte no País na década de 1980, o Salão Brasileiro de Arte. São obras bidimensionais e tridimensionais em diversas linguagens que datam desde a década de 1970 até os dias atuais.
Segundo Jurandy Valença, a mostra parte de uma frase do filósofo francês Michel de Montaigne, autor do clássico "Ensaios": "Não pinto o ser, pinto-lhe a passagem." O filósofo não se referia ao ato de pintar em si, mas, metaforicamente, ao ato de 'pintar', 'escrever', 'construir' nossa vida não só a partir dos fatos concretos e cotidianos, mas também do imaginário e, principalmente, da relação do tempo com sua passagem.
A exposição contará com cerca de 30 criações de diversas linguagens, entre elas, pinturas, desenhos, esculturas e peças em cerâmica. A mostra reúne os trabalhos de 15 artistas: 10 deles fazem parte do acervo da instituição e 5 são convidados. Estão presentes os trabalhos de Alex Fleming; Akinori Nakatani; Daniel Firmino da Silva; Daniel Senise; Ivoneth Gomes Miessa; Kazuo Wakabayashi; Lothar Charoux; Megumi Yuasa; Newton Mesquita e Rosina Becker do Valle. Os artistas convidados são Laura Villarosa; Moisés Patrício; Renato Leal; Ruben Pella e Thereza Salazar.
A ideia é estabelecer diálogos atemporais entre os trabalhos dos artistas. A curadoria propõe contrastes e complementações, além de estabelecer novas relações, sejam elas mais "convencionais" ou "ousadas", sempre pensando também no contexto histórico em que foram criadas.
"A formação deste acervo é resultado, em grande parte, da iniciativa da Fundação de promover um Salão de Arte nacional que reuniu importantes artistas e críticos de arte em cada época de sua existência. Hoje, temos a oportunidade de rever esses trabalhos sob a ótica de curadores com afinidade e interesse na filosofia de Mokiti Okada, o que possibilita devolver à sociedade obras em seu melhor estado de conservação de maneira organizada e contextualizada", afirma Jô Reginatto, gestora do setor Cultura e Arte, da Fundação Mokiti Okada.
Para Jurandy Valença, em um tempo pandêmico, em que o mundo é assolado por um vírus que tem dizimado milhões de pessoas, no qual o distanciamento social, a solidão, o medo e a morte pairam sobre a humanidade, faz-se necessário que um dos principais ensinamentos do mestre Mokiti Okada ecoe nos dias atuais: "As palavras e atitudes do homem devem ser belas. Da expansão do Belo individual nascerá o Belo social, isto é, as relações pessoais se tornarão belas".
"A exposição faz uma ponte entre passado e futuro, trazendo à tona obras de grandes artistas brasileiros em diálogo com a produção de artistas ainda em trajetória crescente nas suas respectivas carreiras, com trabalhos que uma nova geração realiza no hic et nunc, no aqui e agora, trazendo o Belo à tona. Ademais, nestes tempos nebulosos - humanitária, social, política e artisticamente falando , precisamos, parafraseando Okada, ver os diamantes entre os cascalhos", complementa o curador.
A visita terá duas modalidades: presencial e virtual. Para participar da visita presencial são necessários o agendamento e o uso obrigatório de máscara. A exposição está seguindo os protocolos de saúde para oferecer segurança e uma boa experiência artística aos visitantes.