Notícias

Gestor do Setor de Alimentação Natural da FMO visita igreja ABCDM (SP)

Gestor do Setor de Alimentação Natural da FMO visita igreja ABCDM (SP)

Data: 19/08/2019
Por: Claudia Rolli
Editoria: Notícias

"Ter gratidão a todos os alimentos, que são sagrados, nos nutrem e nos dão vida. Observar o que se come, como se come e por que se come."

A reflexão foi feita pelo gestor do Setor de Alimentação Natural da Fundação Mokiti Okada (FMO), ministro Luis Fernando Buck, durante palestra na igreja ABCDM, em São Bernardo do Campo, no último dia 31 de julho.

Cerca de 100 pessoas, entre membros e frequentadores, participaram da atividade, que teve como objetivo destacar os benefícios da alimentação natural e seus efeitos na vida do ser humano.

Antes da palestra, o responsável pela igreja ABCDM, ministro Saulo André Briza, disse que essa era uma oportunidade para todos aprofundarem o conhecimento sobre uma das três colunas da salvação da filosofia messiânica. Também informou sobre o projeto de retomar a formação de instrutores em cursos de alimentação natural, algo que já ocorreu na igreja ABCDM no passado.

"Acredito que hoje é o primeiro passo para retomarmos a formação de instrutores de cursos de agricultura e alimentação natural, e assim conseguirmos levar informação e conhecimento a mais pessoas", disse Briza.
O ministro Buck, que coordena há mais de dez anos o Setor de Alimentação Natural da FMO, descreveu diversos relatos de pessoas que conseguiram superar problemas de saúde com a mudança de hábitos alimentares, aliada ao recebimento de Johrei.

Ele relatou que, em 2003, recebeu uma missão do reverendíssimo Tetsuo Watanabe para promover uma campanha pela felicidade por meio da Agricultura Natural. "Foram três coisas pedidas: a primeira foi ter foco o que Meishu-Sama contribuiu de diferente no Ensinamento da nutrição; a segunda, que combinasse isso à questão da alegria, porque tudo que ele fazia trazia felicidade; e a terceira, que fosse algo pragmático, ou seja, que houvesse uma questão prática para que fosse aplicado no dia a dia das pessoas", disse Buck. Assim cursos, palestras, seminários e atividades contribuíram para difundir a prática da alimentação natural.

Por meio de seus Ensinamentos, Meishu-Sama alertou para a questão das toxinas no organismo do homem e da importância de se criar barreiras para que os resíduos químicos presentes nos alimentos, por meio de agrotóxicos, não contaminem o sangue. Essa barreira é a saúde, adquirida por meio da alimentação natural.

"Existe um potencial de contato com mais de 60 mil agentes químicos todos os dias, desde quando lavamos roupa (sabão em pó), tomamos banho (sabonete), limpamos a casa (produtos de limpeza) até quando nos deitamos durante horas em um colchão com fungicidas e preparado com substâncias antichama, por exemplo. Por essa razão, é muito importante criar barreiras de proteção em nosso organismo e ser mais criteriosos com o que comemos. Praticar a horta caseira e a alimentação natural são meios de salvação", afirmou o ministro Buck.

Durante a palestra, ele recomendou, ainda, práticas saudáveis e simples que podem contribuir com o bem-estar e ajudar na cura de algumas doenças, como a depressão.

Entre elas, mencionou: comer cinco porções de frutas por dia; fazer cerca de 30 minutos de atividade física, como uma caminhada; beber dois copos de água em jejum, para combater o excesso de proteínas no organismo; além de consumir duas castanhas-do-pará todos os dias.

Estudos médicos realizados com trabalhadores de minas expostos a metais pesados, como o mercúrio, e que consumiam castanha-do-pará diariamente, mostraram que seus organismos estavam livres de contaminação, citou Buck, ao explicar a ação do selênio, presente nessa castanha.

O selênio é importante para muitas funções corporais e combate a inflamação no organismo, porque tem propriedade antioxidante e atua contra os danos causados pelos radicais livres e a inflamação.
Estudo recente da Faculdade de Nutrição da USP mostrou igualmente que o selênio é eficaz no tratamento e na prevenção da doença de Alzheimer.

Um dos trechos dos Ensinamentos destacados na palestra diz: "Naturalmente, os alimentos foram criados para manter a vida não só do ser humano, mas de todos os seres vivos, sendo adequados a cada um deles. Por conseguinte, o Criador determinou o que deve ser consumido pelo ser humano e o que deve ser ingerido, como alimento, pelas diferentes espécies animais."

E prossegue: "Quais são os alimentos destinados ao ser humano? É muito fácil saber, pois eles são saborosos, em outros termos. Os alimentos são dotados de sabor e o ser humano, de paladar. Portanto, saboreando os alimentos e ficando satisfeitos, eles absorvem os nutrientes naturalmente, o que irá constituir a base da saúde. (...) As verduras contêm grande quantidade de nutrientes. Assim, do ponto de vista da nutrição, elas e os cereais já proporcionam alimentação suficiente."

Meishu-Sama destaca, no Ensinamento Dietética, do livro Alicerce do Paraíso, volume 3: "Os fatos comprovam minhas palavras: os agricultores e os monges budistas, que se alimentam principalmente de verduras, gozam de saúde e longevidade, enquanto as pessoas da cidade, que se alimentam continuamente de carnes, peixes e aves, contraem doenças com facilidade e têm vida curta."

Além de explicar os conceitos e ajudar os presentes a refletir sobre o tema, o ministro Buck chamou a atenção para a relação que temos com os alimentos.

"Não se deve enxergar (a alimentação) somente como uma relação de custo-benefício e só pensar em tirar proveito dos alimentos. Estes também são seres vivos e sagrados. Temos de saber agradecer a eles", destacou.

Buck salientou o fato de estarmos desconectados na maior parte do tempo com o que nosso corpo pede. "Estamos conectados o tempo todo no celular, nas redes sociais, mas estamos desconectados com a natureza."

Segundo Meishu-Sama, é a energia vital dos alimentos que sustenta o espírito do homem – e a parte material é que nutre o corpo. Dessa forma, a fonte da vitalidade humana está no provimento da energia vital: a força ou a fraqueza do corpo estão relacionadas ao maior ou menor fornecimento desta energia.

Assim, a prática da Agricultura Natural contribui para o consumo de produtos com elevada energia vital, fundamentais para preservar e melhorar a saúde do ser humano, destaca a filosofia messiânica.

A nutricionista Maria Tereza Casulli explicou que o desafio é colocar em prática os Ensinamentos de Meishu-Sama.

O aumento de doenças crônicas, de casos de câncer, da obesidade e a alta dos custos dos planos médicos revelam, segundo Maria Tereza, o descuido para com a saúde e a alimentação.

Entre as causas, a nutricionista menciona o consumo excessivo de sal, açúcar, de gorduras artificiais - caso da gordura trans, que é considerada uma das mais tóxicas e aumenta a inflamação do organismo - e de frituras, além de alimentos ultraprocessados.

Ela explicou, por meio do exemplo do pêssego, o que é essa categoria de alimento: in natura é a fruta fresca; alimento processado é um doce de pêssego em calda (lata); e ultraprocessado é uma caixinha de suco de pêssego.

"Temos ouvido diversas experiências de cura com a alimentação natural e o Johrei. Aprendemos que, no caso de purificação severa, precisamos eliminar a proteína animal", disse a nutricionista.

A alimentação deve estar adequada à idade, ao serviço que a pessoa realiza e ao seu estilo de vida.

Ela orientou diabéticos e pré-diabéticos a terem cuidado com o consumo de sucos de caixinha, que acumulam excesso de açúcares.

O consumo de álcool também foi questionado na palestra. "Uma latinha de cerveja equivale a comer dois pãezinhos. Acredito que cada um deve estabelecer seus limites e beber de bem com a vida em uma situação de celebração e comemoração de um momento feliz", ressaltou. "A bebida não deve ser uma muleta nem uma companhia para alguém", explicou, ao recomendar evitar o consumo durante os dias da semana.

As dicas para se ter uma alimentação de mais qualidade são: consumir alimentos frescos e produzidos em sua região; buscar produtos da época, não só entre frutas, legumes e verduras, mas também pescados, que têm sazonalidade da mesma forma como os demais.

Outra sugestão é pensar como você monta seu prato no momento de se nutrir. Verduras verdes, que funcionam como desintoxicantes, devem ser priorizadas ao lado de legumes coloridos da estação. Uma porção de arroz integral com uma leguminosa e uma proteína complementam o prato.