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Igreja Garcia (BA) realiza 2ª edição do Intercâmbio de Jovens

Igreja Garcia (BA) realiza 2ª edição do Intercâmbio de Jovens

Data: 02/10/2019
Por: Johvem Garcia
Editoria: Notícias

As igrejas Vila Mariana (SP), Curitiba (PR), Nova Iguaçu (RJ) e Rio Claro (SP) foram recebidas pelos anfitriões da Igreja Garcia (BA). O ministro Iraiar Sarmento dos Santos estava ansioso pela chegada dos 583 convidados.

O coordenador de jovens local disse que o evento deu oportunidade para que os jovens da igreja se unissem e fortalecessem seu nível de servir. Ao mesmo tempo, enalteceu a preparação, que contou com 19 pessoas, entre responsáveis de jovens e dedicantes da estrutura Johvem local.

Um dos comentários sobre a repercussão do evento na vida dos participantes ressalta a importância da preparação do intercâmbio: “Minha filha voltou para a casa encantada e imensamente feliz. Ela está radiante, dizendo que quer dar assistência de Johrei e que não pode perder o próximo. Isto é fruto, também, do imenso amor de todos que impregnou a atividade. Estou muito agradecido”, disse o pai de uma das participantes.

A abertura do evento se deu com oração e credenciamento no Johrei Center Bonfim. Ao ouvir a ministra Rhowvene Maria de Oliveira Pinto, responsável pelo Johrei Center Bonfim, alguns participantes perceberam o tom do encontro.

Emocionados, ouviram sobre a importância da dedicação dos messiânicos locais em parceria com religiosos de outras congregações. A unidade religiosa se localiza na Cidade Baixa a alguns metros da Colina Sagrada, onde os baianos sobem para agradecer ao Senhor do Bonfim, na igreja que leva o mesmo nome. Tal evento ocorre uma vez por ano, na segunda quinta-feira do mês de janeiro e é um marco festivo, conhecido como “Lavagem do Bonfim”. E a IMMB tem uma forte e especial participação no evento.

O convite à reflexão emocionou Sandra Luiza do Sacramento Cichy. “É a primeira vez que dedico como messiânica, na terra dos meus antepassados. Foram eles que me permitiram estar aqui. Eu não tinha a menor condição de vir. No entanto, quando falei com eles, do fundo do meu coração, sobre o quanto eu queria estar aqui, tudo se transformou. Recebi um dinheiro que me permitiu pagar todas as contas, e ainda sobrou uma quantia com a qual pude investir para participar do Intercâmbio. Aqui realizei um donativo de gratidão especial”, relatou a técnica de informática, de 58 anos.

A alguns passos, ao som dos ritmistas da banda Tambores e Cores, os participantes encontraram baianas, trajadas com vestes típicas, que os receberam na frente da Igreja Nosso Senhor do Bonfim, com alegria e abraços.

O reitor e capelão Edson Menezes da Silva falou sobre o sincretismo religioso ao público presente na Basílica do Bonfim. O religioso levou alguns participantes às lágrimas, pois sas palavras confirmaram as da ministra Rhowvene e os fez despertar para a atuação do Alto para que abracem a Obra Divina. Todos, em uma só voz, rezaram o Pai-Nosso (Oração do Senhor) e a Ave-Maria. O santuário ecoou esperança, amor e fé.

* Nota da repórter: “Relembrei os tempos de estudo no colégio católico. Quando iniciamos a Ave Maria, fui às lágrimas. Havia muito tempo que não entoava essa oração. Vi que ela está gravada no meu coração. Além disso, o sermão do padre me fez refletir sobre a obrigação de ter mais amor e gratidão às pessoas que servem ao Plano Divino em outras religiões. O discurso só é verdadeiramente de amor daijo, como ensina Meishu-Sama, quando o messiânico se permite o respeito incondicional a todos”.

De lá, seguiram para a Cidade Baixa, onde atravessaram o Mercado Modelo. Eles utilizaram o Elevador Lacerda, primeiro elevador urbano do mundo e transporte público entre a Praça Cairu, na Cidade Baixa, e a Praça Tomé de Sousa, na Cidade Alta.

Dali seguiram para a Praça do Cruzeiro de São Francisco, no Pelourinho. O local tem relevância não apenas para os baianos, mas para os messiânicos da Bahia. Todos os anos, em virtude da ancestralidade baiana, ligada aos negros vindos da África e escravizados no Brasil, é realizada, às vésperas do Culto às Almas dos Antepassados, a limpeza no Pelourinho e, no Cruzeiro, é entoada a oração Amatsu Norito e ministrado Johrei coletivo. A atividade faz parte do calendário baiano tendo, inclusive, cobertura todos os anos da imprensa local.

Na ocasião, os intercambistas entoaram a Oração Amatsu Norito e receberam Johrei por meio da dedicação do ministro responsável pela Igreja Curitiba, Luis Claudio da Cunha Ferreira.

Conheceram o Johrei Center Pelourinho, divertiram-se pelas ruas do bairro e seguiram para o Porto da Barra, onde distribuíram 1.500 pequenos arranjos florais, especialmente confeccionados para o evento.

No percurso da caminhada até o Farol de Santo Antônio, contemplaram o mar da Baía de Todos os Santos e ministraram Johrei ao caminhar até o Farol, também chamado de “Farol da Barra”.

Entre cheiros e sabores de acarajés, abarás e bolinhos-de-estudante, encantaram-se com o pôr-do-sol. Enquanto aguardavam o sol desaparecer no horizonte, agradecidos pela brisa e pela energia vinda do mar, praticaram o sagrado Johrei, entre si e para pessoas que jamais ouviram do método messiânico.

“Vou entrar no site para saber mais sobre isso”, comentou uma das pessoas que recebeu a flor e se interessou pelo Johrei, após a canalização realizada pelo jovem Tiago Henrique Costa Oliveira, de 30 anos. Membro há treze anos, o fisioterapeuta explicou a prática altruísta: “Surpreendi-me muito com o evento. Quebrou o padrão que estamos acostumados, de só ficar dentro da igreja. Deixou claro que podemos ter uma fé viva em nosso cotidiano, a qualquer momento”, afirmou.

À noite, a assessora de eventos, Monalisa Botelho, baiana de 32 anos, apresentou iguarias aos amigos. Caranguejo, pititinga e lambreta fizeram parte do cardápio. “Não sei se teríamos oportunidade para isso, se não fosse o intercâmbio”, comentavam à mesa.

No dia seguinte, ouviram os ministros Sérgio Ricardo Mazelli Renesto, Luis Claudio e Leandro Lopes de França, na Igreja Garcia. Os responsáveis das igrejas coirmãs relembraram seus ingressos na fé e contaram experiências sobre suas formações como sacerdotes.

Eles responderam a algumas perguntas durante o “Fala Johvem”, o talk-show especialmente criado para o evento, que ainda contou com dança e música. Em um dos intervalos, a apresentação do Balé Afro Inaomilé cativou o público.

Entre as respostas, o responsável da Igreja Nova Iguaçu comentou: “Por trás de todo ministro, existe uma grande purificação”. Ao contar sobre uma fase desafiadora que viveu em seu casamento, arrancou aplausos do público. “Ele mostrou a vida como ela é”, comentou um jovem. Leandro também assegurou que o jovem precisa buscar desafiar-se. “Quem faz só o que quer e quando quer, não cresce”, alertou.

A fala do responsável pela Igreja Vila Mariana também chamou atenção. “Quando o ministro Sérgio falou sobre as reflexões que fez durante a purificação me emocionou. Estou muito reflexiva desde então; penso que precisamos, de fato, considerar o que nossos antepassados entendiam e praticavam como religiosos para, então, apresentar a eles o servir a Deus da Era do Dia, como Meishu-Sama nos propõe”, disse a atriz Izabella Vaz, de 29 anos.

Veio o anúncio que o grupo irá para Curitiba, em 2020. O ministro Vitor Maurity Padbury Ribeiro, coordenador de jovens da igreja que será a anfitriã do III Intercâmbio de Jovens entre as igrejas coirmãs, confessou sua ansiedade em retribuir à altura a recepção e superar as expectativas que o evento em Salvador tão bem atendeu. "Gostaria de dizer que acredito que esse grande investimento espiritual que Meishu-Sama fez em cada um de vocês se deve ao fato de cada um carregar dentro de si uma missão espiritual muito especial. Desejo que a descubram e entreguem-se a ela de corpo e alma”, anunciou em preparação ao próximo evento.

Por fim, a maestrina de percussão, Elem Silva, conhecida como “Maestrina da Favela”, contou um pouco da sua história e tocou para os presentes. Desde criança, ela dirige, sozinha, um grupo de percussão infantil no Pelourinho, Salvador (BA): a banda Meninos da Rocinha do Pelô.

Ela viveu momentos intensos como a morte da mãe e de alguns integrantes de sua formação, e a transformação de seu bairro. Contudo, nunca perdeu o sonho de se tornar maestrina e melhorar a autoestima das pessoas que a rodeiam, de maneira autônoma e extremamente engajada.

“Foi, de longe, o melhor evento de jovens de que já participei. Minha alegria foi imensa por estar ao lado de tantos jovens cuja postura demonstra que estão, realmente, empenhados na construção de um mundo melhor”, concluiu Salete Aparecida Mazzoli, de 55 anos.

A empreendedora na área de orgânicos, Ana Maria Negraes, de 42 anos, foi responsável pela fala que resume a expectativa da Divisão de Jovens para os participantes do Intercâmbio no País: “Agora é voltar para a casa, para nossa realidade, e não deixar essa chama que foi acesa, se apagar.”